segunda-feira, 19 de março de 2012

when no one is looking

Pijaminha, deitadinha no sofá atacando o meu potão de sucrilhos ouvindo "pianinho" do Esteban. Essa sou eu. You are who you are when no one is looking. Acho que sim. Numa daquelas fases onde a gente se distancia um pouco do mundo, sobe as barreiras e se recolhe, a gente acaba só parando a interpretação e desabando dentro da gente quando não tem ninguém junto.
Curiosos todos os últimos comentários de diversas pessoas na semana que passou, falando sobre a minha frieza quando eu ando tão molenga. Eu ando meio fechada, mas de forte eu sempre paguei. Só agravei o traço com o passar do tempo. Metida a corajosa, a auto suficiente, a desencanada. É tudo proteção. Eu vivo bem na minha, é verdade. Mas essa coisa de solidão nunca me fez bem. Eu não gosto de deixar as pessoas tocarem nos meus sentimentos, eu mesma tenho horror deles. Eu gosto muito de ser movida pela razão, me mantem no controle. Então o meu casulo de tartaruguinha só quer deixar tudo guardadinho.
Acho que se eu não guardasse as coisas tão bem eu ia ser a típica emotiva. Tenho muitas vezes, mas muitas vezes mesmo, a impressão de que eu to sempre segurando o choro. Vinte e quantro horas. Não necessariamente choros tristes, mas choros felizes também. Como sábado, quando eu ouvi uma senhora tocando um piano e aquele engasgado surgiu na garganta. Queria eu proporcionar pra quem convive comigo um livre acesso a marina que chega em casa na segunda de noite louca por um colinho de mamãe. E que não tem nada de pedra de gelo. E que queria ter essa espontaneidade de fazer o que tá com vontade o tempo todo. Eu tenho muito mais sentimento do que as pessoas percebem, só tenho vergonha de transbordar. Então eu provavelmente goste delas muito mais do que elas imaginam.

2 comentários:

  1. Marina, que texto lindo! És pura emoçao e tens sentimentos nobres. Pelas tuas palavras, percebe-se nitidamente a tua sensibilidade. Aliás, não apenas pelas palavras, como também através das tuas fotografias.
    Não dá importância para o quê as pessoas pensam de ti, sê tu mesma.
    Tuas reflexões fazem parte do teu momento, da tua juventude. Não sou psicanalista, mas na tua idade é muito comum ter algum conflito com relação a sentimentos. Me parece que gostas muito de alguém e esse alguém não sabe disso, ou que não és correspondida. Vai lá, guria, tenta conversar, abrir teu coração! Só vais saber se há reciprocidade se falares. E se não houver, a vida segue e, sem dúvida, tem muita coisa bonita te esperando.
    És linda por dentro e por fora!
    Continua escrevendo, pois adoro te ler!
    Fica bem e um beijo!

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  2. tô tão nessas também... e sempre te vi essa Marina que tu fala aí! podes até ser medrosa quando se trata de demonstrar pros outros como realmente és, mas essa casca que existe não é tão difícil de se quebrar (considera isso um elogio, tanta coisa boa sai daí de dentro... como esse texto! :)

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